Casal indígena se conhece na internet

14 de abril de 2010
O casal Gasodá Suruí e Maria Leonice, ou Tori Tupari, seu nome indígena, se conheceu pela Internet e até casou pela rede. É meu filho(a), tá pensando o que?!  As novas tecnologias estão permeando a vida dos povos indígenas no Brasil. 
"Muita gente não acredita em internet, eles acham que é uma ilusão", diz Tori.
O casal se conheceu depois que a filha de Tori adicionou Gasodá como amigo no site de relacionamentos Orkut. Mas só depois de um ano é que ela tomou a iniciativa de convidá-lo para uma conversa pelo MSN, em fevereiro do ano passado.
"No começo era só amizade, depois ele quis mais que amizade", conta ela.
O casamento foi no início deste ano.
"Na nossa reserva, tanto faz jovem ou adulto, nenhum conhece muito a internet", diz Tori. "Mas quando se fala em computadores eles ficam muito animados, têm vontade de saber mais. Quando eles vão à cidade, eles vão e ficam só olhando, não chegam a tocar, eles têm medo de tocar e quebrar."
Ambos concordam que a internet, se usada em excesso, pode prejudicar a cultura indígena. Por outro lado, a rede é uma ferramenta fundamental para a busca do conhecimento e a luta indígena por mais direitos.
Gasodá usa a si mesmo como exemplo: "Eu me interesso pela área de turismo e procuro saber que tipos de gastronomia outros povos indígenas de outros países usam."
Para Gasodá, que tem mais de 650 amigos no Orkut, a rede pode ainda por cima "quebrar o gelo" do primeiro contato entre pessoas desconhecidas.
"Eu conheço muitas pessoas, meus parentes, através da internet, porque a gente conversa sobre assuntos indígenas pelo MSN. E quando a gente acaba participando de um evento em que a gente se encontra, parece que já se conhece há bastante tempo", afirma.
"Então se torna mais fácil a amizade. É só chegar e cumprimentar, ah, você que é fulano, dá um abraço. É como se fosse uma amizade antiga." 

Viva a inclusão digital!

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